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Micróglias: células-chave na proteção e no ataque ao cérebro

11 de fevereiro, 20252 minutos de leitura
Micróglias: células-chave na proteção e no ataque ao cérebro

Descubra o papel dual das micróglias, as células imunes do cérebro que podem protegê-lo ou contribuir para doenças como Alzheimer, depressão e dor crônica.

Durante muito tempo, as micróglias foram consideradas simples “soldados rasos” do sistema imunológico do cérebro. No entanto, pesquisas recentes revelaram seu papel crucial no desenvolvimento cerebral, proteção neuronal e sua implicação em doenças como Alzheimer, depressão e dor crônica.

O que são as micróglias?

O cérebro é composto por dois tipos principais de células: os neurônios, responsáveis por transmitir informações, e as glías, que fornecem suporte. Dentro das glías, as microglías representam cerca de 10% das células cerebrais e atuam como o sistema imunológico do cérebro.

Essas pequenas células têm um “corpo” ovalado e extensões que exploram o ambiente em busca de ameaças. Sua principal função é eliminar resíduos, combater infecções e regular o desenvolvimento neuronal, incluindo a poda sináptica, um processo essencial na formação do cérebro infantil.

A face dupla das micróglias

Embora sua ação seja fundamental para a saúde cerebral, quando as microglías são excessivamente ativadas, podem contribuir para patologias graves. Quando as microglías detectam uma ameaça, elas liberam citocinas inflamatórias que podem atrair mais células imunes para a área. No entanto, se essa ativação persistir, ela pode danificar os neurônios. Foi descoberto que, em doenças como Alzheimer, as microglías contribuem para a propagação das placas amiloides tóxicas.

Além disso, vários estudos demonstraram que, após uma lesão, as microglías na medula espinhal podem se ativar e liberar citocinas que sensibilizam os neurônios da dor. Bloquear essa ativação pode ser a chave no tratamento da dor crônica.

Futuro da pesquisa

À medida que os cientistas compreendem melhor o papel da microglia no cérebro, surgem novas estratégias para modular sua ação e tratar doenças neurodegenerativas, transtornos de humor e dependências.

Bibliografia

  1. D’Errico, P. et al. (2021). Microglial involvement in neurodegenerative disorders: from mechanisms to therapeutic opportunities. Neuroscience Journal.
  2. Watkins, L. et al. (2023). The role of microglia in addiction and chronic pain. Nature Neuroscience.
  3. Serenity Strull/BBC/Getty Images. Microglia: The brain’s double-edged sword. BBC News, 11 de octubre de 2024.

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