Novo estudo avalia um novo tratamento para depressão grave. Saiba como participar e quais são as novas opções.
Pesquisadores estão testando uma nova medicação para o tratamento da depressão, de uma classe diferente das conhecidas, que pode ajudar a reduzir os sintomas mais severos. Saiba como participar do estudo.
A depressão é a condição psiquiátrica mais comum no mundo, afetando cerca de 300 milhões de pessoas. As mulheres são mais afetadas do que os homens. Embora existam diversos medicamentos usados no tratamento da depressão, cerca de 30% dos pacientes não respondem bem aos antidepressivos tradicionais ou sofrem com efeitos colaterais difíceis de tolerar.
Por isso, novas alternativas estão sendo estudadas. Entre elas, está uma classe inovadora de medicamentos chamada de antagonistas do receptor opioide kappa, diferente dos antidepressivos convencionais, (da classe dos ISRS — inibidores seletivos da recaptação de serotonina). Esses novos fármacos podem abrir uma nova perspectiva no tratamento da depressão severa e ajudar a prevenir a recorrência dos episódios mais graves.
Saiba mais sobre este estudo aquiO que é a depressão severa?
É importante distinguir a depressão clínica, uma condição médica, do sentimento passageiro de tristeza.
O Transtorno Depressivo Maior (TDM) é caracterizado por uma tristeza profunda ou perda de interesse em atividades antes prazerosas, que dura pelo menos duas semanas e vem acompanhada de sintomas como:
- dificuldade para dormir,
- mudanças no apetite,
- fadiga,
- falta de energia,
- sentimentos de culpa ou inutilidade,
- problemas de concentração.
Esses sintomas podem afetar seriamente o trabalho, a vida familiar e os relacionamentos.
Um novo tratamento em estudo
Para pessoas com esse tipo grave de depressão, está em andamento um estudo clínico internacional, incluindo Brasil e Chile, com a droga NMRA-335140, um antagonista dos receptores opioides kappa.
Esses receptores participam de funções como o humor, a percepção da dor e o controle motor. Quando estão desregulados, podem estar associados à depressão e à dependência química. O navacaprant atua bloqueando o receptor kappa, o que aumenta a liberação de dopamina e pode ajudar a aliviar os sintomas depressivos.
Como funciona o estudo clínico
Antes de iniciar o estudo de fase 3, os voluntários (entre 18 e 65 anos) passam por uma avaliação para confirmar o diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior. Durante o período de tratamento, nem os pesquisadores nem os participantes sabem quem está recebendo o medicamento ou o placebo, garantindo resultados imparciais.
Para participar, é necessário ter um diagnóstico recente de depressão (entre 4 e 12 semanas) e pontuação específica em testes clínicos como o MADRS, que avalia sintomas como tristeza, pessimismo, sono, apetite, energia e pensamentos negativos.
Saiba mais sobre este estudo aquiAo final das 6 semanas, os participantes são reavaliados e os resultados comparados. O objetivo é confirmar se o navacaprant pode representar um novo avanço no tratamento da depressão, especialmente para quem não respondeu bem a outros medicamentos.
Por que este estudo é importante?
Novas opções de tratamento da depressão são essenciais para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. Pesquisas como esta ajudam a desenvolver terapias mais eficazes e com menos efeitos colaterais.
Se você ou alguém que você conhece tem Transtorno Depressivo Maior, este estudo pode representar uma oportunidade de contribuir com a ciência e, ao mesmo tempo, ter acesso a uma alternativa inovadora.
Referências:
- ClinicalTrials.gov – NMRA-335140 (Navacaprant) para Depressão Maior
- Wong, S. et al. (2024). Preclinical and clinical efficacy of kappa opioid receptor antagonists for depression: A systematic review. Journal of Affective Disorders, 362, 816–827.





