Embora não seja herdada diretamente, a síndrome de Sjögren tem um componente genético que pode aumentar o risco em certas famílias. Saiba o que dizem os especialistas.
A síndrome de Sjögren é uma doença autoimune que atinge principalmente as glândulas responsáveis pela produção de umidade no corpo, como as lacrimais e salivares. Entre os sintomas mais comuns estão a secura nos olhos e na boca, fadiga intensa e dores articulares. Mas uma dúvida frequente entre pacientes e familiares é: será que a síndrome de Sjögren é hereditária?
Apesar de a herança genética influenciar o risco, a síndrome de Sjögren não é considerada uma doença hereditária direta, como ocorre em outras condições genéticas com padrão claro de transmissão. Ainda assim, fatores genéticos e familiares podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver essa síndrome.
Qual o papel da genética na síndrome de Sjögren?
Pesquisas científicas indicam que a síndrome de Sjögren tem uma base genética complexa, envolvendo múltiplos genes ligados ao sistema imunológico. Genes do sistema HLA (antígenos leucocitários humanos), por exemplo, já foram associados ao desenvolvimento de doenças autoimunes, incluindo a Sjögren.
No entanto, a genética não age sozinha. Para que a doença se manifeste, acredita-se que também seja necessário haver fatores ambientais, como infecções virais, mudanças hormonais ou estresse crônico. É a combinação entre predisposição genética e exposições ambientais que pode levar ao desenvolvimento da síndrome.
A síndrome de Sjögren pode ser passada de pais para filhos?
Casos de síndrome de Sjögren em mais de um membro da mesma família não são comuns, mas estudos mostram que parentes de primeiro grau de pessoas diagnosticadas com a doença apresentam um risco maior de desenvolver Sjögren ou outras doenças autoimunes.
Isso não significa que a síndrome será necessariamente transmitida para os filhos, mas sim que pode haver uma tendência familiar. Por isso, é importante ficar atento a sintomas como secura nos olhos ou na boca, especialmente se há histórico familiar da doença. O diagnóstico precoce faz toda a diferença para a qualidade de vida do paciente.
Por que a síndrome de Sjögren afeta mais as mulheres?
A síndrome de Sjögren afeta majoritariamente mulheres: cerca de 90% dos casos ocorrem em pacientes do sexo feminino, especialmente entre os 40 e 60 anos. Acredita-se que isso esteja relacionado a fatores genéticos e hormonais, que influenciam o funcionamento do sistema imunológico.
Pesquisadores também investigam o papel de genes localizados no cromossomo X, além da influência dos hormônios sexuais. Embora ainda não exista uma explicação definitiva, tudo indica que essa combinação hormonal e genética ajuda a explicar por que as mulheres são mais vulneráveis à doença.
O que fazer se há casos de Sjögren na família?
Ter um familiar com síndrome de Sjögren não significa que você desenvolverá a doença, mas é importante conhecer os sinais e monitorar a saúde. Se houver histórico familiar de doenças autoimunes e surgirem sintomas persistentes, consulte um reumatologista.
Além disso, manter um estilo de vida saudável, evitar o tabagismo, controlar o estresse e fazer acompanhamento médico regular pode ajudar a reduzir o risco e garantir um diagnóstico mais rápido, caso necessário.
Fontes:
- Genetics and Sjögren’s – Sjögren’s Foundation
- Síndrome de Sjögren: o que você precisa saber – MedlinePlus
- Risk Factors for Sjögren’s Syndrome – Johns Hopkins Medicine