Conheça os sintomas iniciais, os sinais de alerta e por que o diagnóstico precoce é fundamental para acessar tratamentos e pesquisas científicas para o Alzheimer.
O alzheimer é a principal causa de demência no mundo e seu impacto cresce à medida que a população envelhece. Embora muitas vezes comece com esquecimentos leves, trata-se de uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta a memória, o pensamento, o comportamento e a autonomia de quem convive com ela.
Reconhecer os primeiros sintomas do alzheimer, entender como a doença se manifesta e saber quando procurar orientação médica pode fazer uma grande diferença no diagnóstico, no acompanhamento e no acesso a opções de tratamento em pesquisa.
O que é o Alzheimer?
O alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta o cérebro, comprometendo principalmente a memória, o pensamento, o comportamento e a autonomia da pessoa. Embora seja mais comum em idosos, não faz parte do envelhecimento normal.
Em alguns casos, o alzheimer pode apresentar sintomas psicóticos — como delírios e alucinações — já nas fases iniciais do comprometimento cognitivo.
Com o envelhecimento da população mundial, o número de pessoas com alzheimer e outras demências cresce rapidamente. Segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde, mais de 55 milhões de pessoas vivem hoje com demência, número que pode ultrapassar 130 milhões até 2050.
Alzheimer e demência: crescimento acelerado na América Latina
A prevalência da demência aumenta com a idade. A partir dos 60 anos, cerca de 6% da população é afetada. Na América Latina, os números são ainda mais preocupantes:
- 23% das pessoas aos 80 anos vivem com demência
- 39% aos 90 anos
Estima-se que, até 2050, a América Latina e o Caribe terão 13,7 milhões de pessoas com demência, um aumento de 205% em relação a 2019 — crescimento mais acelerado do que em regiões desenvolvidas.
Descubra os tratamentos em investigação aquiPor que o diagnóstico precoce do Alzheimer é tão importante?
Pesquisadores destacam que intervir nas fases iniciais é fundamental. É nesse momento que começam a surgir sinais como esquecimentos frequentes, confusão e dificuldades para realizar tarefas cotidianas.
O diagnóstico pode envolver:
- Testes neurocognitivos
- Exames de imagem (como PET)
- Análise de biomarcadores no líquido cefalorraquidiano
Identificar o alzheimer precocemente permite melhor planejamento, acompanhamento médico e acesso a estudos clínicos em andamento.
Sintomas iniciais do Alzheimer que merecem atenção
No começo, o alzheimer pode ser confundido com esquecimentos comuns da idade. Porém, a combinação e a progressão dos sintomas são sinais de alerta.
Os sintomas mais frequentes incluem:
- Perda de memória recente
- Confusão mental e dificuldade de julgamento
- Repetição constante de perguntas
- Dificuldade para se expressar, ler ou escrever
- Desorientação em locais familiares
- Problemas para lidar com dinheiro e contas
- Uso de palavras inadequadas para objetos comuns
- Redução do interesse por atividades habituais
- Alterações de humor e comportamento impulsivo
- Maior tempo para completar tarefas simples
Alterações visuais e comportamentais no Alzheimer
Pessoas com alzheimer podem apresentar mudanças na visão, o que afeta:
- Equilíbrio
- Leitura
- Percepção de distâncias, cores e contrastes
Isso pode gerar dificuldades para dirigir e aumentar o risco de quedas.
Também é comum que o paciente:
- Guarde objetos em locais inadequados
- Não consiga refazer seus passos para encontrá-los
- Suspeite de roubos, especialmente com a progressão da doença
Mudanças de humor e personalidade
O alzheimer afeta profundamente o comportamento emocional. A pessoa pode se tornar:
- Mais desconfiada
- Ansiosa ou deprimida
- Medrosa
- Irritadiça ou agressiva
Essas mudanças costumam ser mais evidentes fora do ambiente familiar.
Alzheimer e sintomas psicóticos
Além do comprometimento cognitivo, o alzheimer pode estar associado a sintomas psicóticos, como:
Delírios:
- Persecutórios (paranoia)
- Confusão de identidades, como acreditar que familiares são pessoas falecidas
Alucinações:
- Visuais
- Táteis
- Auditivas
- Olfativas
A presença desses sintomas geralmente indica maior gravidade e progressão mais rápida da doença. Com o avanço do alzheimer, muitos pacientes passam a necessitar de cuidados permanentes.
Informação e ciência: aliadas contra o Alzheimer
Embora o alzheimer ainda não tenha cura, a pesquisa científica continua avançando. Atualmente, um novo estudo clínico está avaliando se um tratamento em investigação pode ajudar a controlar os sintomas de psicose associados à doença de Alzheimer, como delírios e alucinações.
Essa pesquisa clínica representa uma possível nova abordagem para melhorar a qualidade de vida de pessoas que convivem com o alzheimer e seus sintomas neuropsiquiátricos.
Pode se inscrever para participar aquiReferências bibliográficas:
Nichols E, Steinmetz JD, Vollset SE, Fukutaki K, Chalek J, Abd-Allah F, et al. Estimativa da prevalência global de demência em 2019 e previsão da prevalência em 2050: uma análise para o Estudo da Carga Global de Doenças 2019. Lancet Public Health. 1º de fevereiro de 2022; 7(2):e105–125. https://doi.org/10.1016/S2468-2667(21)00249-8.
Organização Pan-Americana da Saúde. Demência na América Latina e no Caribe: prevalência, incidência, impacto e tendências ao longo do tempo. Washington, DC: OPAS; 2023. https://doi.org/10.37774/9789275126653







