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Efeitos da vaginose bacteriana em adolescentes grávidas

03 de abril, 20253 minutos de leitura
Efeitos da vaginose bacteriana em adolescentes grávidas

A vaginose bacteriana em adolescentes grávidas pode aumentar o risco de parto prematuro e infecções neonatais. Descubra seus efeitos, diagnóstico e prevenção.

As infecções do trato vaginal podem ter um impacto significativo nos resultados obstétricos e perinatais. A vaginose bacteriana (VB) é uma das infecções vaginais mais comuns em mulheres em idade reprodutiva, incluindo adolescentes grávidas. Um diagnóstico precoce e um tratamento adequado podem reduzir as complicações tanto para a mãe quanto para o bebê.

Este artigo abordará os efeitos da VB em adolescentes grávidas, seu impacto na saúde materno-fetal, as formas de diagnóstico e as estratégias de tratamento e prevenção.

Impacto da vaginose bacteriana em adolescentes grávidas

A VB é uma infecção causada por um desequilíbrio na microbiota vaginal, na qual há um crescimento excessivo de bactérias anaeróbias, como Gardnerella vaginalis. Embora muitas mulheres possam ser assintomáticas, sua presença durante a gravidez pode aumentar o risco de complicações.

As adolescentes grávidas com VB enfrentam maiores riscos de:

  • Parto prematuro.
  • Ruptura prematura das membranas.
  • Infecções pós-parto.
  • Infecções neonatais como pneumonia e conjuntivite.

Além disso, a VB tem sido associada a fatores como obesidade, diabetes e hipertensão arterial, que também podem complicar a gravidez. Outros fatores de risco incluem desnutrição, tabagismo e consumo de substâncias tóxicas.

Diagnóstico da VB em adolescentes grávidas

O diagnóstico da VB baseia-se em uma combinação de histórico clínico, exame físico e testes laboratoriais. Os principais métodos diagnósticos incluem:

  • Exame pélvico: Observação do corrimento vaginal, presença de odor desagradável e características da secreção.
  • Teste de odor (teste das aminas): Adição de hidróxido de potássio (KOH) a uma amostra de corrimento vaginal para detectar um odor característico de peixe.
  • Medição do pH vaginal: Um pH superior a 4,5 é indicativo de VB.
  • Microscopia: Identificação de células-chave (clue cells) e redução dos lactobacilos na microbiota vaginal.

Como muitas mulheres com VB são assintomáticas, é crucial realizar testes de rastreamento durante os exames pré-natais para minimizar os riscos.

Tratamento e prevenção

O tratamento da VB baseia-se no uso de antibióticos específicos, como metronidazol ou clindamicina, que podem ser administrados por via oral ou tópica. Em alguns casos, pode-se recomendar o tratamento do parceiro sexual para reduzir o risco de recorrência.

As estratégias de prevenção incluem:

  • Manter uma higiene íntima adequada, evitando duchas vaginais e produtos irritantes.
  • Usar roupas íntimas de algodão e evitar peças apertadas que possam reter umidade.
  • Praticar sexo seguro e usar preservativos para reduzir o risco de infecções sexualmente transmissíveis.
  • Considerar o uso de probióticos para ajudar a restaurar a microbiota vaginal saudável, embora sejam necessários mais estudos sobre sua eficácia.

Conclusão

A vaginose bacteriana em adolescentes grávidas é um problema de saúde pública que pode ter consequências graves se não for diagnosticada e tratada a tempo. A detecção precoce por meio de exames pré-natais e a implementação de medidas preventivas são fundamentais para reduzir o impacto da VB na saúde materno-fetal.

Bibliografia

Mina-Ortiz, J. B., Franco-Macias, M. O., Santana, L. A., & Garcia-Ortega, M. G. (2024). Impacto na saúde materno-fetal de adolescentes grávidas com vaginose bacteriana. MQRInvestigar, 8(1), 5041-5264.

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