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À medida que os pacientes com doença falciforme (DF) vivem até a idade adulta, o impacto crônico da anemia hemolítica sustentada e dos eventos vaso-oclusivos episódicos cobram seu preço, com o desenvolvimento progressivo de disfunção de órgãos cardiopulmonares. Isto culmina no desenvolvimento de hipertensão pulmonar, doença cardíaca diastólica do ventrículo esquerdo, disritmia, doença renal crónica e morte súbita, todas as principais complicações cardiovasculares da doença falciforme para as quais não existem terapias aprovadas ou consensuais. O risco de ter hipertensão pulmonar e doença cardíaca diastólica pode ser avaliado de forma não invasiva por exames laboratoriais (NT-proBNP) e ecodopplercardiografia (pressão sistólica estimada da artéria pulmonar). Uma meta-análise recente de aproximadamente 6.000 pacientes com DF demonstrou que pacientes com velocidade do jato regurgitante tricúspide (VTR) elevada, que é uma medida Doppler-ecocardiográfica que estima a pressão sistólica da artéria pulmonar, caminharam cerca de 30,4 metros a menos em uma caminhada de 6 minutos. teste do que aqueles sem TRV elevado, e TRV elevado foi associado a alta mortalidade (taxa de risco de 4,9). Em duas grandes coortes de registro de pacientes adultos com DF, os pesquisadores descobriram que aproximadamente 20% da população adulta com DF apresenta valores elevados para ambos os biomarcadores, definidos como TRV ≥ 2,5 metros por segundo E NT-proBNP ≥ 160 pg/mL, e que a taxa de mortalidade em 12 meses é de 7,9% neste grupo, em comparação com 0,5% em pacientes com valores normais de TRV ou NT-proBNP, com uma razão de risco para hospitalização de 1,6. Isto sugere que um simples perfil de triagem de TRV e NT-proBNP pode identificar cerca de 20% dos pacientes com DF com maior risco de morte e hospitalização. Dado o aumento da mortalidade e a perda precoce da capacidade funcional associada à doença cardiovascular em adultos com DF, é importante testar intervenções terapêuticas eficazes nesses pacientes. As transfusões de glóbulos vermelhos são administradas por transfusão simples ou de troca, esta última remove o sangue do paciente e o substitui por hemácias transfundidas. As transfusões de troca têm se mostrado eficazes no tratamento agudo de quase todas as complicações da doença falciforme, incluindo síndrome torácica aguda grave, acidente vascular cerebral, sequestro esplênico ou hepático e falência de múltiplos órgãos, e também são usadas cronicamente para prevenção de acidente vascular cerebral e síndrome torácica aguda recorrente. Neste estudo, os investigadores levantam a hipótese de que a transfusão mensal limitará a progressão da doença, melhorará a capacidade de exercício e prevenirá episódios de intervalo de crise dolorosa vaso-oclusiva e síndrome torácica aguda que aumenta agudamente as pressões pulmonares e causa insuficiência cardíaca direita. Os investigadores propõem a realização de um ensaio clínico para avaliar os efeitos da troca automatizada de transfusão de sangue na morbidade e mortalidade do paciente, em comparação com o padrão de atendimento entre 150 pacientes adultos com doença falciforme de alto risco. O ensaio aproveitará a infraestrutura existente do centro de coordenação da Universidade de Pittsburgh e envolverá 22 centros clínicos experientes. Apesar da segurança e da ampla utilização da eritrocitaférese em pacientes adultos com DF, não há consenso ou dados de eficácia de qualidade sobre seu uso para melhorar os resultados em nossos pacientes idosos com DF de alto risco e com disfunção progressiva de órgãos-alvo.
1Locais de pesquisa
150Pacientes no mundo