Diagnosticar a esclerose múltipla não é fácil. Conheça os sinais de alerta que podem ajudá-lo a obter uma consulta precoce e tratamento profissional.
A esclerose múltipla é uma doença do sistema nervoso central que se desenvolve progressivamente. Ela geralmente se manifesta entre os 20 e 40 anos de idade, mas seus sintomas variam muito de pessoa para pessoa. Eles também mudam de acordo com a progressão da doença.
Enquanto no início os sintomas podem surgir repentinamente, em uma espécie de ataque agudo, e depois desaparecer por um período de semanas ou meses (no que é chamado de “período de remissão”), em outros pacientes a doença progride lenta mas seguramente, enquanto em outros ainda ela se desenvolve rapidamente e causa incapacidade grave.
O tratamento geralmente é mais eficaz nos estágios iniciais da doença, por isso é essencial obter um diagnóstico o mais rápido possível. Além dos exames neurológicos (ressonância magnética, análise do líquido cefalorraquidiano, potenciais evocados), é essencial que o paciente detecte os sinais de alerta dados por seu próprio corpo.
Os cinco primeiros sintomas da esclerose múltipla incluem:
Dificuldade de coordenação e equilíbrio postural: tropeços frequentes, queda de objetos, andar desequilibrado, tontura, vertigem.
Distúrbios visuais: o nervo óptico faz parte do sistema nervoso central, portanto, a visão embaçada ou dupla pode ser um sintoma de esclerose múltipla.
Sensações incomuns nos membros: não é dor, mas sim perda de sensibilidade (“dormência na mão”) ou sensação de formigamento nos braços ou nas pernas. Elas também podem ocorrer no rosto.
Distúrbios cognitivos: 30 a 50% dos pacientes com esclerose múltipla geralmente apresentam problemas de memória antes de outros sintomas.
Sensação de aperto no tronco: os pacientes descrevem isso como um “abraço” ou a sensação de uma cinta ao redor da cintura ou das costelas.
Outros sintomas
As pessoas com esclerose múltipla também podem apresentar os seguintes sintomas:
-Fadiga crônica
-Depressão, ansiedade, mudanças de personalidade
-Dificuldade para aprender ou pensar
-Problemas progressivos de locomoção e movimento
-Espasmos musculares, espasticidade, tremores, ataques, convulsões
-Problemas com a fala (disartria) e com a deglutição de alimentos
-Alterações no tato, olfato e paladar. Às vezes, audição prejudicada.
-Dor
-Intolerância ao calor
-Incontinência urinária, constipação ou diarreia.
-Disfunção sexual
É importante ressaltar que nem todos os pacientes apresentam esses sintomas e que nem todos os sintomas ocorrem ao mesmo tempo ou com a mesma gravidade. Podem se passar até 30 anos entre o diagnóstico de esclerose múltipla e a cadeira de rodas.
Sintomas femininos
A esclerose múltipla é mais comum em mulheres do que em homens (2 a 3 mulheres ficam doentes para cada homem). Mesmo não havendo certeza de que os hormônios femininos (principalmente o estrogênio) estejam envolvidos na doença, muitas mulheres se queixam de sintomas mais graves do que os homens.
Em particular, as mulheres parecem sofrer mais de depressão, ansiedade, fraqueza, cansaço e distúrbios de equilíbrio nos dias que antecedem a menstruação. Foi observado que as pílulas anticoncepcionais podem neutralizar esses sintomas. Mas a falta de libido e a diminuição das sensações genitais são sintomas difíceis de tratar.
Os sintomas também costumam piorar durante a menopausa e o aumento da temperatura corporal que ocorre com o clima quente. Após os 50 anos de idade, os pacientes às vezes apresentam mais problemas de sono, aumento da fadiga, distúrbios cognitivos, incontinência urinária ou distúrbios intestinais.
A boa notícia para as mulheres é que, quando engravidam, elas geralmente têm um período de remissão dos sintomas. Entretanto, o alívio gerado pela mudança hormonal e por um sistema imunológico “tolerante” durante a gravidez – um mecanismo natural para que o corpo da mãe não reaja defensivamente contra o feto como um elemento estranho – geralmente desaparece após o nascimento do bebê. Os sintomas da esclerose múltipla podem retornar dentro de três meses após o nascimento.
De qualquer forma, com um diagnóstico recente de esclerose múltipla, os tratamentos se concentram cada vez mais na reabilitação motora e no uso de medicamentos inovadores para evitar a progressão da incapacidade de realizar tarefas cotidianas. Consultar um neurologista aos primeiros sinais é fundamental para obter um diagnóstico correto e iniciar o caminho para controlar a esclerose múltipla.